Dona de mim

Querido Raul

Estou muito triste de saber que pretende voltar e abrir mão das suas merecidas conquistas. Jamais cortaria suas asas e lamento não ter percebido como você se sentia. Não vou deixar que você arranque suas asas agora que estão bonitas e fortes. Se seu retorno é só por minha causa, então irei até você. Meu trabalho me dá liberdade de trabalhar a distância. A única exigência é que me indique uma casa num lugar tranquilo, calmo, onde possa montar um escritório e trabalhar sem ser incomodada.

Quero te deixar ciente que talvez o que existiu entre nós tenha fenecido, não tendo mais como reviver. Eu mudei e você mudou, talvez meu mundo e o seu não possa ser unido. Não quero criar ilusões, nem fantasiar uma nova história de amor. Não sou mais a menina romântica e sonhadora de antes, me tornei uma mulher cautelosa e dona de mim.

No final do mês chegarei ai, se puder me mande fotos das casas disponíveis, não quero apartamento, nem condomínios, uma casa como a minha aqui. Estou anexando umas fotos.

Se não tiver tempo de procurar, enviarei alguém da minha confiança, bastará orientá-lo.

Quanto a sua vida, deixa como está precisamos ver se há lugar pra mim nela e se você poderá se encaixar na minha sem mutilar suas belas asas. Não somos personagens de um filme água com açúcar que o mocinho abre mão de tudo pra viver uma história de amor e uma voz melosa diz: e foram felizes para sempre. Aqui é vida real e felizes para sempre não existe. Vamos um dia de cada vez e se não for possível vivermos uma história de amor ou amizade, seguiremos nossos caminhos sem lamentações ou culpas.

Esperarei sua resposta para concluir planos e estratégias de trabalho.

Atenciosamente

Margarida