Carta à "Última Hora" sobre artistas
CARTA À ÚLTIMA HORA SOBRE ARTISTAS
Miguel Carqueija
A “Última Hora” é um dos muitos jornais do Rio de Janeiro desaparecidos nas últimas décadas. A carta abaixo foi publicada em 28 de abril de 1980 com o título “Maioria silenciosa” e se refere à falta de notícias sobre diversos artistas do meio musical.
Em relação ao mundo do disco e da canção existe por parte dos meios de comunicação um triste imediatismo que por vezes condena grandes artistas a um completo esquecimento: ninguém, mas ninguém mesmo, volta a falar neles. Deveriam existir noticiários imparciais que inclusive atendessem às indagações de pessoas que têm saudades de seus astros, pois o gosto popular não se restringe às abomináveis paradas de sucesso. E existe uma coisa chamada “maioria silenciosa”, cujo gosto é mais refinado.
Assim, que terá havido com tantos dos nossos artistas, como Chuca-Chuca, Anísio Silva, Maritza Fabiani, Meire Pavão, Célia Vilela, Vilma Bentivegna, o Conjunto Farroupilha, Idalina de Oliveira, Ronnie Cord?
Entre os nomes estrangeiros lembro Brenda Lee, Millie Small, Sandie Shaw, Bobbie Gentri, Malcolm Roberts, Rika Zarai, Joselito, Marisol, Rocio Durcal, Anita Harris, Lorena Quilici.
Tenho certeza de que esse ponto de vista é compartilhado por muita gente.
NOTA: depois que veio a internet foi possível localizar algumas informações mas nem sempre: inalcançáveis continuam dois nomes não citados na carta: a Mariangela da “TV de Brinquedo” (programa da extinta TV Continental) e o cantor Prini Lórez, da Jovem Guarda.