Ajuda a gente, sinhô presidente!
Qui marvada é essa fome,
mata as "muié" e os "home".
A disgramada num tem jeito, num some.
Inté as criancinhas ela cunsome.
O nosso guverno; será que num vê!?
Nóis num tá teno mais o que cumê!!!
Num tamo guentano mais de tanto o estromo duê.
Desse jeito nóis num cunsegui vivê.
Sinhô presidente, num isquesse de nóis, não!
Lembra daquilo que ossê falô na eleição?
Que ia dá nóis carne, arroiz e fejão?
Nóis creditemo nossê e te achemo bão.
E tem ôtra coisa que tá avechano a gente...
É essa robaieira que tá teno aí, sô presidente.
Nóis é brasilêro e se preocurpa, viu? Nóis tumém sente.
Bota eis nas grade, pra módi essa bandaieira num ir pra frente.
Um Zamigos me falaro pra mandá um tar de imeio prossê...
Falaro que pela internéuta é mió, que é ligêro pra valê.
Só que eu num seio nem o que é isso e tumém num seio mexê.
Eu arresorvi mesmo é mandá esse biiête, que comessei logo a iscrevê.
Amanhã vô na cidade pra ponhá ele no correio;
pra módi vê se chega aí com um dia e meio.
Num bota reparo, pruquê eu iscrevo feio.
É pruquê a iscola praqui inda num veio.
Mamãe e papai é que insinô eu tudo que seio.
Eis ia insiná ôtras coisa, sabe! Mas aí a fome veio...
Eis morrêro os dois e aí a aula parô no meio.
Num seio iscrevê direitin não, e tumém num leio.
Tudiço qui iscrevi, um zamigos lêro.
Eis viro qui nóis num sabe nada do indioma brasilêro...
Mas nóis nassemos aqui e nun semos instrangêro!
Nóis é de Minas Gerais, uai! Nóis semos minêro.