Ô metade, por onde andas?
Já olhei debaixo d'água
Procurei até no armário
Nem debaixo dos sapatos
Encontrei essa danada.
Procurei até na chuva,
Já subi até montanha,
Eu olhei até nas cangas,
Mas não encontro o que procuro.
Ô metade, te pergunto,
Em que buraco eu te encontro?
E o grito que proclamo
Ecoa nas paredes do meu corpo.
Mas se brincar, eu te encontro
Escondida neste pranto
Pois já rodei todos os cantos
E não encontro o meu espelho.
Ô metade, me aparece!
E do passado se esquece
Me abraça, me aquece!
E neste rio, rejuvenesce.
Ô desgraça, de mim se afaste!
Vou encontrar o que procuro,
Eu procuro minha metade
E é nela em que me curo.
Arthur Felix, 16 de julho de 2019.
O punhal que cortou meu peito, já não sangra mais a carne.