O descanso do tempo.

Olhando pra cima vejo

Nuvens girarem com desprezo

E com sanidade percebo

Nada pode parar o tempo.

Olhando pra baixo sinto

Que se paro eu persigo,

O rastro do que foi visto

Que nem se pode mais estar.

E na dança desse vento

Permito doar o tempo,

Que já nem sei se aguento

Envelhecer este momento.

E parado nesse instante

Limpo o vidro que reflete-me

Da ampulheta nessa estante

Que não para de girar.

E no espelho percebo

Que nesse tempo que nem vejo

Os fios brancos que recebo

Escorrendo nos meus dedos.

Ô velhice, vê se me esquece!

Do meu pranto que só padece

E toda lágrima que seque

Console este coração.

Arthur Felix, 15 de julho de 2019.

O tempo bateu na minha porta, falei que tinha saído.

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@psicologiaepoesia

Arthur Felix
Enviado por Arthur Felix em 15/07/2019
Reeditado em 23/12/2019
Código do texto: T6696278
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