Carta à solidão.
Nem eu, nem nós
Nem ninguém vai dar conta de mim,
Nem você, nem ninguém
Desse meu desejo sem fim.
Quero assim, só você
Algo que seja tão nós,
Mas não há, nunca mais
Nem darei a você, meu algoz.
O que seria pra você?
Porque você não é de ninguém.
Nem de mim
Nem de nós
Nem você, você não é.
Não foi você, nem ninguém
E não tem como ser eu,
Nem você, seria nós
Porque nós nem somos dois.
Quanto menos um,
Nem eu sou,
Nem você,
E nós pertencemos a quem?
Arthur Felix, 23 de março de 2019.
Escrevo uma carta à solidão, mas ela não leu.
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