Mãos...
Mãos...
Eram tão alvas que maravilhavam, assim como seu par de olhos azuis que encantavam.
Brilharam mais ainda quando na mão direita recebeu anel de noivado. Após certo tempo, na mão esquerda uma aliança cintilava.
Mãos...
Lavaram roupa no rio, coseram, ordenharam, plantaram e se postaram para agradecer os 08 filhos que vieram. Depois, já na cidade, ajudaram a vender o leite na carroça, seguraram firme na mão dos filhos para atravessar a rua.
Mãos...
Que aplaudiram e seguraram o pranto ora nas conquistas ora nas derrotas. As mesmas que acenaram na despedida de 04 filhos que foram um a um para a cidade de São Paulo.
Mãos...
Que não queriam deixar enterrar o marido tampouco os 02 filhos. Triste destino de uma mãe ver os seus indo embora sem a despedida.
Mãos...
Que seguraram os netos e bisnetos e que agora pousam cansadas. As mesmas que eram alvas e que agora mostram o sangue azul de todas as maes que querem descansar.
Mãos de minha mamãe!
Que não desistam de nos acenar...