MINHA FLOR DE CACTOS
Debaixo de um sol ardente
uma exótica Flor de Cactos,
cheia de charme e sedução
exalava o perfume da dor,
de seu néctar " amor"
seduzindo um poeta,
uma platônica paixão impossível!
Aquela flor cercada de espinhos
que a protegia o tempo inteiro,
seduzindo a todos, mais e mais,
pois sabia ela então,
que não podia nunca
por ninguém ser tocada, desejada!
se protegia de tudo,
só o sol podia toca-la,
com sua luz e calor!
Não se importava
se machucava
o sentimento do poeta,
pois conhecia a dor de amar.
Porém ali, diante daquela flor
o poeta tempo ficou,
dia á pois dia tentando
decifrar seus segredos e verdades.
E ele a amou,
a desejou intensamente!
sofria em silencio,
e com os olhos
que tudo dela lia e sentia
chorava e sofria, mais resistia!
Ele não sabia
amor que não se vê
não se implora!
e o poeta nunca a tocou,
sua pele nunca a sentiu,
seus lábios nunca a beijou,
seu perfume, só o da flor!
nem em seus olhos nunca olhou.
Desejava abraça-la
em pensamentos beija-la
senti-la nos braços,
e ao delírio leva-la,
pois era ela
secretamente
sua alma...seu coração.
Aquela flor,
que seu rosto escondia,
que se revelar não podia
queimava o poeta de desejo,
que em silêncio sofria,
a dor do sentimento
num triste lamento.
Aquela flor,
que se escondia em faces
se fazia inteligente e sedutora,
brincava com as frases,
seduzia em versos o ato de imaginar,
criando expectativas de nunca se revelar
amar de verdade, não podia!
Mas, a flor, de arretada paixão,
de uma certa Maria poesia,
pequena, ruiva, como ele a chamava...
...da catinga da seca do sertão,
com seus espinhos cruéis
e seus poemas de amor impossíveis,
matou o sonho de um poeta então.
____Nillo Sérgio.
@poetadobalcao