Careço-me... Prazer, moribunda.

Eu deveria acolher-te. Bom dia! Foi assim que meus pais me ensinaram. Mas me tiraram a educação. Foi tanto machucar, que enrruguei-me. Deveria me desculpar. Porém, não sei nem lhe cumprimentar. Licensa.

Ora! Não espero nem resposta. A tal educação foi só para anunciar minha ação. Não existe permissão que devas me conceber. Eu sei onde devo ir e por onde seguir. O discurso foi indireta de consciência de que me atrapalhas.

Eu deveria mudar. Penso ligeiro. Se tornou passageiro esse desejo descarado. Empatia que se chama. Não me ofereça seus programas. Não me envolvo com seus problemas. Cuide você de você, e eu de mim. Não estou sozinha, mas prefiro manter-me assim. Não tem amor próprio maior do que desconfiar. São séculos. E talvez vocês não entendam.

Chore, minha criança. Tem leite na geladeira. Coletei antes de fugir. Deixei tudo preparado a seguir. Tapando cada buraco com o possível. O resto vou lhe dizer que são janelas. Cuidado! Aqui está tudo perfeito. São seus olhos que estraga e põe defeito. Retire-se, por gentileza. Sou desprovida de beleza. Eu chamo isso de paz. Não me engano mais com cerveja.

Clara Nuvens
Enviado por Clara Nuvens em 08/05/2019
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