"RAÍSSA" _

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Não existem mais planos e beijos no queixo desde, quase nunca mais... Nunca mais se aproxima, hoje.... com toda esta parafernália em Gêmeos. Você não é mais você. Vê? E eu não sou mais eu... Eu te vi grávida, você não me viu, estávamos no banco brasil e você passou na frente por ser prioridade. Eu já estava amando uma pessoa – muito mais intensamente do que te amei – mas... te ver era como ver um fantasma.

Minha filha tinha quase um aninho... E eu ainda não sabia o que fazer com a informação a seu respeito, Raíssa. Aquela informação de saber que andei por onze meses destruindo o coração de uma pessoa que me amava. E que ali parecia que eu estava... sei lá, “ganhando um prêmio”?

Jovens, jovens, jovens.... Parece que adolescentes realmente acreditam em amor sem consequências...

Você ia e vinha, estávamos sempre juntinhos, e a verdade é apenas uma pouca parte de nós realmente se conhecia direito por dentro. Raíssa, tanta coisa aconteceu, pra me fazer perceber o quanto EU precisava parar de fazer as pessoas sofrerem com minhas atitudes. E tentar focar em boas ações.

É sinistro pensar que você só viu meu pior. E é ainda mais sinistro pensar em você surgir em minha frente. A ideia de te dizer qualquer coisa me traz uma carga de stress terrível.

Fazendo de tudo pra que nós não sejamos obrigados a falarmos um com o outro. Eu não sei o que eu diria, Raissa a gente tinha um amor tão bonito... ele funcionava em todas as vertentes.

Eu lembro de estarmos andando na praia de guarajuba... e de não precisarmos de mais nada, bebida, drogas, sexo demasiado, nada disso. Eram passeios, seguidos de conversas que eram seguidas de degustações de siris, caranguejos e lambretas, e era tudo muito... calmo... eu lembro de tranquilidade.

Lembro mesmo, sabendo de toda a tempestade que veio depois, logo, logo... em seguida... E lembro que ela foi feita por mim, afim de destruir ... tudo. Todos. Você.

No final das contas, tudo continuou no lugar e somente eu precisei morrer.

E o mais difícil, Raíssa... é que morrer, apenas uma vez, não foi suficiente pra que eu pudesse ser o que sou hoje.

Você se curou, eu sei... Talvez eu seja para sempre o cara meio tristonho... que utiliza a irônica e o sarcasmo como um meio de safar das dores.

Depois de tudo que vi nesse mundo sinto que alguma coisa dentro de mim, pertence mesmo, ao divino.

E que, ao mesmo tempo, algo por dentro, lááá dentro...Pertence mesmo ao LIMBO.

Raíssa você tinha um sorriso incrível... e eu desejo demais que você continue distribuindo toda essa sua graça, e magia... toda a sua... simpatia. Em todos os lugares que você vai, com todas as pessoas que você encontra.