Carta ao amado
Caro amigo, não quero assustar-te com o que hei de dizer-te, na verdade, há muito penso sobre como introduzir este assunto. De fato os últimos dias não foram nada tranquilos e muito nos exaltamos com notícias equivocadas, nem sempre a convivência se sai da maneira que idealizamos e, ao percebermos que não somos donos nem de nossos próprios destinos, terminamos por tomar decisões precipitadas almejando acertar. Embora chuvas impetuosas tenham bagunçado friamente nossos castelos de areia, o que vivemos revelou-se tão surpreendente e tão avassalador que recuso-me a parar por aqui. Foi por esse e outros turbilhões de sentimentos, aos quais chamo "motivos", que muito relutante, porém convicta, resolvi remeter-te esta carta. Através dela venho a ti somente fazer-te um pedido e rogo-te: não o negues a mim. Peço-te que me tomes em teus braços, que me beijes com teus lábios doces e que me enchas da felicidade extasiante dos amantes há muito separados. Não quero e, afirmo-te, não posso jamais viver sem ti. Não me prives de tua presença, antes venha como sem demora ao meu encontro, pois que já não aguento-me de saudades e preciso urgentemente ver-te.
Aguardo-te.
De: Sempre tua, Heavy Lee