MUITO LONGE...

Em um certo “site” de relacionamentos eu narro um pouco de mim por acesso da melodia de Belchior, “Tudo Outra Vez”. A bela ária fala dentre outros episódios, de alguém que vive há anos fora de sua terra natal, cursando territórios alheios, catando mitologias novas e habituando-se intensamente a existência.

Hoje, ao visitar a casa de um amigo, muito aludido em minhas crônicas no www.irregular.com.br, Dr. Gilmar Xavier, tomei de surpresa um presente dirigido a minha pessoa, um tomo de poesias de Waldemar German, ofertado pelo próprio autor à este cronista anônimo, de significância reduzida.

Havia anos que meus pés percorreram longas estradas destes Brasis e minhas mãos, insistem em folhear livros, jornais e petições, mas estes mesmos anos me mantiveram distantes léguas dos poemas, mas hoje, através de “Muito Longe...” eu re-descobri o romantismo bucólico da leitura poética e agradeço de público a Waldemar German por este andamento.

Notei em sua biografia que o autor é um padecedor mineiro que veio de bases despojadas, cultivou a música na infância, tornou-se causídico para sobreviver e está investindo na literatura como meio de incentivo a cultura. Pena que tal autor possua gentílico de um chão tão aculturado e de povo tão ignorante neste tema.

Muito Longe... é uma edição simples e bem elaborada com pureza de palavreado e riqueza de detalhes do mais puro romantismo da língua portuguesa contemporânea; elaborado para ter 300 exemplares em sua primeira edição, o qual torço para que sejam impressos outras tantas edições, para deleite daqueles que ainda cultuam a boa leitura.

Parabéns Waldemar German pela iniciativa e obrigado pelo presente de tão nobre qualidade literária. Espero poder retribuí-lo em breve com as Crônicas do Imperador e quem sabe, formamos uma parceria literária.

Marcus Vinicius Vilaça, Imortal Presidente da Academia Brasileira de Letras já deveria ter sugerido a mudança o rito da academia para aceitar, talvez não como imortais, mas aceitar ilustres autores que assim como Waldemar, que mandou imprimir 300 exemplares de seu tomo, como membros solidários, apoiadores das artes literárias deste Brasil vigoroso...

Parabéns Waldemar; parabéns nobres pequenos e anônimos escritores brasileiros, que publicam suas obras não para ganharem dinheiro, mas pelo apelo público de ver a nossa língua difundida de modo salutar.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

www.irregular.com.br