Desencontros de amizades. O reencontro parte 3

----- Dois Dias Sem Notícias -----

Fiquei em estado de alerta, não conseguia contato com você, tudo que sabia e que estava em minha cidade. Não tinha ideia de como te encontrar a não ser por mensagens e tinhas concordado em não trocar mensagens por este aplicativo mais. Mas como, meu Deus como te encontrar? Decide que iria correr o risco, dias depois enviei mensagem, você, assim que recebeu a mensagem, me retornou rapidamente. Eu não me continha, algo bom percorria meu corpo como se eu ficasse embebecido de um dos melhores vinhos já produzidos. E no impulso e euforia não me contive, perguntei onde estava, você me respondeu dizendo que estava indo para a fazenda, rapidamente pedi para que parasse onde estava.

— Venha me encontrar! Tentei marcar um encontro com você.

Mas, naquele dia não deu certo, você precisava ir, pois tinha algo importante para ser resolvido. Porém, deixamos marcado que você viria até a empresa para que pudéssemos conversar. Não sei dizer como passei aquele dia a não ser que foi tenso, o dia não passava as coisas não desenrolavam. Quando as horas pareciam querer ajudar e foi chegando a hora marcada eu não podia esperar, tinha uma coisa me consumindo por dentro a cada minuto que se aproximava da hora em que você iria chegar. Todos saíram, como de costume eu quem fecho a empresa para retornar no dia seguinte, e naquele dia esse ato seria crucial, eu finalmente ficaria cara a cara com você sem ninguém para atrapalhar, seria aquela conversa de quinze atrás…

Mas… Como nada foi fácil em nossas vidas e o destino, não sei se para ajudar ou atrapalhar, não nos deixou encontrar. Fui embora tarde naquela noite, fechei a empresa mais tarde do que de costume. Ainda com pensamentos rodeando meu ser, me indagando o que poderia ter acontecido, como gostaria de te ver. Lhe enviei algumas mensagens, mas sem respostas naquele dia. Não conseguia nem pensar como teria sido aquele encontro sem me emocionar, aquela cena me perseguia a cada vez em que fechava meus olhos.

— Tudo bem teremos outra chance! Foi o que repetidamente me dizia tentando apaziguar meus pensamentos para tentar dormir.

Quando recebi noticias sua fiquei feliz, você não foi ao encontro por motivos plausíveis, e ainda queria me ver também, faríamos isso a qualquer momento porem esse momento não estava tao fácil de se alcançar. Por várias vezes, recebi sua localização de onde estava, mas por mais que eu quisesse muito te ver e me esforçasse para chegar onde estava, todas às vezes cheguei atrasado. Me desloquei varias vezes ao mercado onde estava, mas quando eu chegava você já estava saindo ou já tinha ido. E foi assim nesses desencontros que chegou a hora de nos encontrarmos.

Eu estava tão nervoso e ansioso com nosso encontro que vi vocês passando de carro e coloquei na cabeça que a caminhonete era da cor azul e, na verdade, ela é branca, coisas de uma pessoa ansiosa que não via a hora de poder olhar em seus olhos.

E quando esse momento magico acontecesse eu queria que fosse excepcional, mas o que eu poderia fazer para que aquele encontro se tornasse especial? O que eu poderia dar a ela que poderia ser um lembrete ou um marco na vida dela como foi aquela carta e aquele cordão que ganhei em nosso desencontro a quinze anos?

Decide comprar algo… Fiz uma romaria entre lojas e mais lojas procurando algo, considerei o que tínhamos passado a tempos atrás, então seria um adereço, um cordão, pulseira ou brinco não sei. Como já tinha percorrido vários lugares principalmente aqueles onde não pudesse ser identificado. Achei um par de brincos lindo que apesar de ser uma bijuteria sua pedra reluzia como seus olhos, apoiado em uma estrutura de metal em forma de gota bem torneado e trabalhado.

Boa parte do que eu queria fazer estava pronto, eu precisava escrever uma carta, afinal foi assim que inciamos esse ciclo de desencontros. Após escrita, a qual não poderei citar o teor por ser muito íntimo, a carta estava pronta e só faltava te encontrar.

[…]

Por várias vezes recebi mensagens suas dizendo… Estou no mercado ou estou em tal lugar e eu não podia ir naquele momento ou as vezes chegava tarde e você já tinha saído. Como foi difícil…

Mas em uma tarde dessas em meio a desencontros, mandei uma mensagem.

[…]

“Ta onde princesa?”

E você respondeu…

“Estou na casa da…” (Uma loja de agropecuária).

Não pensei duas vezes, saí disparado para lá. Caía uma chuva daquelas na hora, mas eu fui. Chegando lá conversamos por mensagem…

Eu — “Estou aqui?”

Ela perguntou quase imediatamente — “Aqui onde?”

Eu — “No carro logo a frente do seu”

Ela — “Vem aqui…”

Eu — “Não sei se é uma boa ideia”

Pensei comigo não seria uma boa ideia que me vissem conversando com uma mulher na porta de um estabelecimento onde me conheciam, porém, era melhor lá do que sozinhos dentro de um carro…

Continua…

The Castle
Enviado por The Castle em 14/02/2019
Reeditado em 14/05/2019
Código do texto: T6575105
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