Querido J. C.

Decisões são decisões.

Acho que isso ficou muito vago, não é?

 
Mas não tem jeito. Eu não encontro meios. Parece que o mundo te faz sempre escolher um caminho. As escolhas doem. Ainda mais para alguém como nós. Eu gostaria de ficar no meio do muro e olhar para a Lua sem necessidades de partir ou de voltar. Seria tão bom não precisar escolher, não sair de onde está, não crescer, continuar a viver do jeito que iniciou.

As mudanças sãos as piores dores que o mundo pode proporcionar a você. Crescer? Sem razão. Eu não acho que tenho a idade que me dão.

Caminhar, seguir, acertar, errar ou cair. Dizer, calar, amar ou negar. J.C. como esse mundo é tão cruel com a gente. Às vezes espero que acabe logo, num jato de uma estrela cadente. As previsões do fim do mundo nunca acertam a loteria. Acho que são enganações. A gente não suporta tantas questões.

Não viemos ao mundo para escolher ou responder. Quem criou todas essas coisas de sinais, de signos, de escolha, de posição, de lado, não estava ocupado realmente com as coisas da vida. Mas dizem que a lida ficou tão complexa que não dá pra ignorar. Se você ficar parado, sem escolher, a escolha de não ser vai te devorar.

Sinto muito J.C. Se eu não partir, irão partir com você. Se eu for, você vai ficar? Ninguém sabe das escolhas e muito menos do que vai dar. Eu sinto uma angústia eterna nesse mundo.

Você não? Hoje eu escuto músicas, tento descansar. O calor é impossível, se eu não me mover, ele irá me molhar.

Espero que me perdoe.

Fique bem e espero que um dia a gente se veja

Tenha certeza... Eu, como você, odeio mudar....

Dir Valdir Lopes
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 31/01/2019
Código do texto: T6564290
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