R É P T I L V O A D O R
réptil voador
EU A PUBLIQUEI EM CRÕNICAS, EM OUTROS FORMATOS, mas a turma insiste em dizer que isto é poesia, portanto republico como tal pretenciosamente.
Supertor4
Eu não tenho, nunca tive, paciência para a poesia.
Correndo, rastejando, pelo planeta eu vou,
Tal qual formiga, num território demarcado.
Meu mundo se resume numa região, poesia não.
Quando a noite, eu vejo as misérias e traumas na TV,
Quando o dia, eu corro, pago, corro, falo e morro um pouquinho mais.
Um estalo pode me parar, e fazer cismar.
Aí pode ser que até para o céu, eu lance um olhar,
Para os jardins vizinhos eu veja de verdade uma flor,
Pode ser até que eu sinta o perfume delas e preste atenção,
Atenção nos sons dos pássaros, da brisa e até...
Do silêncio.
Neste momento deixarei de ser rastejante para me tornar humano.
Mas se neste momento me aparecer uma Você
Pode ser que de humano eu me divinize,
Pode até acontecer de meu coração voltar a bater,
Posso até sonhar a noite, voar pelas nuvens,
Explodir em luzes, falar com as estrelas, perguntar a lua
Onde você se escondeu.
Pode até ser que uno com você
Eu seja novamente aceito no reino dos amores.
E juntos não invejaremos os homens e mulheres que ainda não aprenderam a voar
E pelo planeta, diariamente, continuam a rastejar.
Torquato
Enviado por Torquato em 22/04/2009
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