Adeus, Tina
Hoje estou naqueles dias de pouca reflexão e irremediáveis (sem retorno) decisões sobre a minha desgastada vida. Porém, antes de mais e delongas dissertações sobre o estado da nossa tão desquietada relação, deixa-me simplesmente dizer-te quão confortado fiquei no dia em que te conheci - naquele meio turbulento e carregado de decisões ambíguas, entre todos os holofotes da minha existência introvertida. Lembro-me (como hoje), de ti e de mim em exclamativas expressões. Foi incrível e demasiado bom, aquele encruzilhar de olhares bifásicos (1 – Rendido; e 2-Chamativo). Finalmente apalpei tudo aquilo que de forma resumida chamam de amor, e a primeira vista (do alçado frontal), aquele fogo invisível ardeu (no cerne da minha essência) para que eu experimentasse o sabor da tua presença no meu coração.
Tina, como carinhosamente chamei-te em todo percurso desta relação, eu amei-te, e com uma paixão sem precedentes entreguei-me aos encantos da tua presença. Reconheço. E neste despontar do recomeço da minha vida, quero distanciar-me das coisas que me roubam a atenção para a sonolência da distracção.
Espero que encontre o prazer de tamanha intensidade nos braços de outros amores e não percas a vontade de ser amada, afinal, a plurigamia é a seiva da tua existência. Não há nada que possas fazer, eu cresci (envelheci?) e obedecendo todo o protocolo deixo-te para os outros (digo ingénuos por não encontrar outra palavra), que amar-te-ão com toda força que consigam experimentar. Talvez um dia, la mais adiante, na idade onde o vigor das aventuras declina-se, talvez sim, possamos reatar o nosso laço minha querida ROTINA.