Ao amor que não tive.
Escrevo cartas endereçadas a ninguém.
Entenda bem.
Para toda carta existe sobrenome.
Um desejo de recepção tardia.
E um olhar que busca compreensão.
No entanto, em cada endereço há uma morada.
E seus donos, frágeis, não podem ler,
O que com os olhos foram escritos.
Escrevo cartas para todas as pessoas.
E aproximo-me delas nesse universo irreal.
Eu anseio por respostas que não chegam,
De pessoas que não leram,
Cartas que escrevi chorando.