Virginal

Muito me pesa, falar-te confidências que venham ferir teu demasiado pudor.

A candura e clemência no teu olhar, ora ameniza meu lado profano e libertino, ora atiça-o.

O temor de ir mais a fundo no ósculo, torna minha efervescência quase que dolorida.

O clímax, quando me encontro com você num ritual sagrado, fazem de mim um desvairado, um louco.

Tentarei freneticamente, conter os gritos de desejo que saem do meu âmago e pairam no ar.

Tentarei conter o calor no meu ventre, quando a vejo ruborizada.

Precisarei com esforço, reter a ardente vontade da minha alma, de me derramar no teu corpo esguio, quente e nu.

Pessoa Machado
Enviado por Pessoa Machado em 01/12/2018
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