NUNCA...

Nem sei por que escrevo, se a essa altura não te reconheço nem como amigo. É verdade que nem todas as minhas irrelevantes poesias teriam sido feitas pra ti, porém, não resta dúvida que serviste de inspiração para algumas. Não aquela inspiração amorosa, mas, um amuleto, um subterfúgio para me manter em equilíbrio com o meu ser.

Em momentos contíguos tua presença era o meu alento, e acredito que, até certo ponto, contigo acontecia o mesmo em relação a mim. Hoje seria totalmente impossível encontrar-te em qualquer lugar, até mesmo numa igreja, porque, entre nós, há um repelente descomunal. Não haveria nenhuma chance de aproximação, visto sermos intuitivos a ponto de ler tudo que se passa na cabeça um do outro.

Fiquemos, portanto, alertas: somos duas pessoas que não se enxergam, ou, talvez, se enxerguem demais. Paradoxal... isso.

Passei um ano fora do recanto, em afronta a mim mesma. Quis me provar que, quando queremos, podemos. Voltei, mas confesso: sem nenhuma inspiração. Nada em ti me excita como antes. Felizmente, acabou sem resquícios de saudade.

Pensei em fechar minha página, mas, pensando bem, necessito externar sentimentos adormecidos, com um certo anonimato, não por covardia, mas, para preservar uma pessoa que não merece nenhum tipo de traição.

Peço que entendas o que doravante escreverei. Nada endereçado a ninguém. Seria 'escrever por escrever'.

Obrigada por tudo!!

CaminheirA

25/11/18

CaminheirA
Enviado por CaminheirA em 26/11/2018
Reeditado em 26/11/2018
Código do texto: T6511992
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