Sapucaí
Por muito a escrita me pareceu um dos adornos que coloriam meu orgulho, mas “esconder as fontes” é o que me resta nessa poeira que seca minhas lágrimas e arde meus olhos. Uma jornada enfadonha, enquadrada e previsível, tal como as águas do Sapucaí seguem, sem murmurar, o seu destino. Por um instante, o sol parece brilhar nesse empoeirado céu - devaneios cotidianos. Pergunto-me a cada instante se ainda há uma luz que me faça ao menos acreditar que toda mediocridade fosse mentira, ou se meu coração aceleraria com o fim do pesadelo - caso exista. No media player, histórias me inspiram a cores que, na dimensão em que fui fadado, não passam de nuances de cinza. Cinza do fogo que apagou, da aquarela que desbotou e da canção que parou.