Transição
Eu não sei quem sou agora, mas sei que estou em mudança. Nuvens negras sobrevoam o céu e um vento rotatório tira-me do chão. Lutas incessantes contra a incerteza cuja minha vida foi fadada. À marteladas meus ossos são quebrados e meus joelhos já tocam o chão. Medos antigos renascem de brancas cinzas, flagelos dos quais eu corro sem fôlego. Será toda caminhada vil? Contra o que, de fato, eu corro?
Não há ao menos um abrigo e o horizonte torna-se cada vez mais distante. Expatriado de mim, busco a cada instante uma gota de complacência. Milhas são percorridas a cada dia, porém a areia é a mesma.
Não se pode ser honesto jogando consigo mesmo. Voltarei ao meu lar? Abrirei as portas da minha mente, mas quem estará lá me esperando na lareira?