Inconstante
Sou metamorfose inconstante. Horas em que apenas existo, suspensa. Às vezes me revolto com indiferenças e descaminhos que me atingem. Outras insisto em ir em rumo incerto.
Não sou ambulante como a metamorfose do Raul. Não. Eu estou e as situações passam como um velho rolo de filme diante de mim. Não me privo de sentir e sofrer, apesar da aversão que me domina no tocante ao resto de humanidade que insiste em ficar preso à mim.
Rio de mim. Rio, de Janeiro à Dezembro. É tudo que posso.
E me lanço nos ares com minha inconstância, risos e maldita intensidade feita de sonhos e dores. Onde posso ser desprezada, amada ou simplesmente passar desapercebida.