Por onde anda você?
Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2018.
Não sei escrever cartas de amor. Até as declarações me parecem tolas. E todo o afeto descabido em palavras me sufocam, na realidade.
Eu também não sei como começar uma carta com a intenção de entregar.
Eu estou assustada. E para ser bem franca, surpresa. Estou acostumada a me relacionar com memórias e lembranças que guardo.
Estou preenchendo meus dias com coisas banais que não necessitam de alguma concentração. Eu estou inventando vários problemas na minha cabeça para tentar entender você.
Estou pensando em muitas coisas, que não fazem qualquer sentido, mas afagam o peito. Eu criei diversas mentiras sobre você para aplacar sabe-se lá o quê.
Eu não quero nada além do que posso ter. Eu estou desenhando nessas linhas umas palavras sem sentido, eu ainda estou inventando um verbo para nós. E para quebrar esse silêncio que parece gritar e tomar proporções ainda maiores com as quais eu não posso lidar.... eu sei.
Como descanso meus sonhos com todos os nós que se criam na minha cabeça?
Eu estou assustada. Não pelo que foi. Não pelo que fiz. Meus arrependimentos não existem. Eu pensei sentir algo menos... eu não sabia que o desfecho seria esse. Eu não sabia que a certeza nascia assim, do cansaço.
Eu não sei como andam as coisas por aí. Nem o que se passa na sua cabeça confusa. Mas eu estou pensando em você. E não consigo deixar de pensar. Em nenhum maldito momento.
Com amor,