MINHA PÁTRIA É MINHA LÍNGUA !
(carta-aberta ao SENADO... com cópia para o STF)
MINHA PÁTRIA É MINHA LÍNGUA !
"A Língua é autodeterminada pelos seus
usuários. (...) Só o costume pode deter-
minar o que é certo e errado, não o vere-
dito de gramáticos, eminentes que sejam".
CELSO PEDRO LUFT, in "Língua e
Liberdade", pag. 17, ed. ÁTICA, 2003, SP
Desde tempos imemoriais o povo -- usuário do idioma e seu criador -- decide o que vale ou não na língua pátria e não autoridades, planos, contratos políticos ou a vontade de governantes que detestam Cultura. A decisão estapafúrdia do ex-metalúrgico Luís Inácio -- são 4 vocábulos hoje sem seus acentos... porque não eliminam também o TIL ?! -- deu prejuízo colossal a Editoras e livrarias, ambas com estoques de dicionários com a grafia tradicional, atualmente ERRADA na visão tosca e tola de um presidente de triste memória.
Nessa Ditadura mal disfarçada que o Brasil continua sendo, minha Língua -- que me pertence -- está me sendo tirada, do mesmo modo como "nos tomam" documentos, benefícios, aposentadorias, o que bem entendem e NOS OBRIGAM a ir votar, mesmo sem TREs e o "elefante branco" TSE garantirem a lisura e a honestidade de 1 só dos candidatos, que permitem inscreverem-se nos pleitos.
Não sou do tempo do PH ou CH nas palavras -- pharmácia, chímica, mathemática (hoje todas sem os acentos) -- nem do Brasil e país com Z, mas aprendi a escrever corretamente a duras penas, ensinado com dedicação e carinho por professoras que amavam sua função, vocação segundo elas. Essas lições de escrita (e de Gramática) são MEU PATRIMÔNIO, propriedade particular -- ainda que também coletiva -- que não admito ver Governo algum anular.
Por volta de 2012 consultei via Internet escritor português sobre o tal "Acôrdo Ortográfico" infeliz, sancionado por Lula para "agradar" (?!) Nações africanas, ao que parece. De nada adiantou... pelo menos em Lisboa, segundo êle, nem jornais nem jornalistas tinham adotado 1 vírgula sequer da "algaravia pretensiosa" que tantos prejuízos trouxe ao Brasil. Lá, "tudo continua como d'antes no Quartel de Abrantes", ou Abranches, nunca soube ao certo.
Penso que será difícil ANULAR tal lei ou decreto -- serão a mesma coisa ? -- mas pode-se adotar EMENDA que permita o USO DA NORMA ANTIGA por quem assim o desejar. Seria respeitado o DIREITO ADQUIRIDO de 150 milhões de nacionais hoje prejudicados, jornais e revistas inclusive e, no meu caso particular, não estarei infringindo nenhum artigo legal quando publicar meu livro de cordéis e poemas com todos os acentos, a começar pelo título "DOS CÉUS À TERRA", pois, salvo engano, até as CRASES "desapareceram" nessa reforma horrenda. Apenas por capricho de um presidente "flagrado" lendo livro "de cabeça para baixo" (a obra, não êle !) nos vemos todos OBRIGADOS a esquecer a boa escrita para apreciar as "delicias" dessa "estreia" da "estulticia" elevada ao cubo. (OBS: a foto do "governante" era montagem, "menas vredádi", "fake news", mas bem plausível no caso dele !)
Desde 2010 estou na contramão dessa "lei indigesta" empurrada goela abaixo da Nação inteira, sem nenhum proveito aparente e que "atropela" o direito a "liberdade de expressão" preconizada na Carta Magna. Minha coleção de dicionários não vale mais nada -- milhões deles perderam a utilidade, mas o país é rico, pode jogá-los fora sem problema -- e me vejo na condição de "vítima" de meu próprio idioma, estando agora ERRADO tudo o que demorei ANOS para aprender como certo. Minha PÁTRIA há muito tempo é tão-somente MINHA LÍNGUA e até isso esse País insensível (às carências da população) quer me tirar.
Tenho orgulho dos professores que me ensinaram, não vou traí-los... continuarei escrevendo como aprendi, vou publicar dessa forma meus livros, só não sei se a BN - Biblioteca Nacional me dará o ISBN, ela que o concede a qualquer obra, mesmo com êrros crassos de ortografia, apesar das revisões de cada Autor.
Gostaria de apresentar LIMINAR a esse respeito, mas o STF anda "tão estranho" que é bem capaz de sequer me responder , porém já o vi "batendo de frente" com o Senado em questões que nem eram de sua competência ! Este é o país do "faça o que digo, mas não o que faço"... nós assim o fizemos "e é nele que viveremos, / nele havemos de morrer", escrevi num poema. E vamos em frente !
Afinal, quantos "donos" tem nosso idioma ? Será que o povo é sempre "o último a falar (ou escrever) e o primeiro a apanhar" ?!
"NATO" AZEVEDO - em 5/nov. 2018