O JARDIM DE OUTRORA

Mãe, teu jardim...

Ah, ele guarda um segredo

Tão antigo

Era ali que eu botava os olhos...

Sim, era ali

Outros canteiros

Tantos anos se passaram

Mas os canteiros permaneceram

Era ali que as borboletas voavam e os colibris

E eu na cama avistava tudo através de um espelho

Mãe, tu te lembras?

Tu é que o colocara ali para que eu pudesse avistar a vida lá fora

Eu estava definhando, indo embora

E o jardim cheio de vida era um convite para mim

Ah! O jardim!

Havia uma magia, uma alegria no revoar das borboletas

E nos colibris

Mãe, o perfume das rosas me chegava

Então eu queria andar para frequentá-lo

Queria voltar a andar

Queria

E consegui, minha querida

Eu consegui!

Faz tanto tempo, mas se fecho os olhos

vejo o jardim de outrora, a janela e o espelho

E o jardim! Não o jardim de agora

O jardim de outrora

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 11/10/2018
Código do texto: T6473390
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