O JARDIM DE OUTRORA
Mãe, teu jardim...
Ah, ele guarda um segredo
Tão antigo
Era ali que eu botava os olhos...
Sim, era ali
Outros canteiros
Tantos anos se passaram
Mas os canteiros permaneceram
Era ali que as borboletas voavam e os colibris
E eu na cama avistava tudo através de um espelho
Mãe, tu te lembras?
Tu é que o colocara ali para que eu pudesse avistar a vida lá fora
Eu estava definhando, indo embora
E o jardim cheio de vida era um convite para mim
Ah! O jardim!
Havia uma magia, uma alegria no revoar das borboletas
E nos colibris
Mãe, o perfume das rosas me chegava
Então eu queria andar para frequentá-lo
Queria voltar a andar
Queria
E consegui, minha querida
Eu consegui!
Faz tanto tempo, mas se fecho os olhos
vejo o jardim de outrora, a janela e o espelho
E o jardim! Não o jardim de agora
O jardim de outrora