Aquele velho forró pé de serra

Quero que seja meu par, mesmo quando o resultado for um número ímpar. Faça-mos as contas, procuramos o valor de X, desde que "agente" não se separe, mas só no nosso português errado e útilizando uma matemárica só nossa.

Quero que seja meu par, por mais que a química não encontre o composto orgânico que prove metade de tudo o que sinto.

Quero me misturar em você até formar uma mistuta homogênea.

Quero que seja meu par, mesmo que insistam em dizer que dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo, eu invento uma outra fórmula e a gente calcula esse negócio direito. Tenho certeza de que vai dar eu e você em qualquer lugar dessa galáxia nada normal.

Quero que me some, que me divida, depois multiplique, só não subtraia nada além da minha roupa, nem me tire de você.

Tu faz as contas, eu faço de conta que escrevo, tu faz os cálculos e eu diminuo a distância dos nossos lábios.

Persisto na escrita afirmando que água e óleo se misturam desde que estejam num mesmo quarto.

Quero que seja meu par, por mais que eu não tenha a paciência de saturno, nem seja tão notada quanto o deus do olimpo.

Por querer sentir o frio de netuno só de pensar em te ver, gelar feito urano ao te encontrar por acaso e ver que seus olhos encontraram o meu e seguidamente derreter em vênus quando seu sorriso surgir entre seus lábios, caber em mércurio e querer me perder na imensidão de jupter com meu jeito sem jeito que me faz parecer ser de marte.

Quero que seja meu par porquê não sei dançar sozinha aquele velho forró pé de serra.

J. Andrade 2017