Gostaria sempre de pedir desculpas a algumas pessoas. Por aqueles momentos maus. Pela impaciência e cansaço. Pelo sofrimento na tez e o franzir das sombrancelhas. Gostaria sempre de pedir tolerância pelo tropeço, pela eventual gagueira, ou uma certa rigidez de convicções...
É difícil tolerar o idioma estilhaçado, a regência verbal caótica que oscila entre o plural e o singular, entre o pronome determinado e indeterminado. Por excesso de possessivos...Meu rincão, minha tese e minha fé... tanto pertencimento e tão pouco espaço.
O mundo não tem tantas certezas assim, nem as científicas. Tudo carece de constante verificação. E, a cada descoberta, o conhecimento anterior fica proscrito, prescrito, irrisório e pouco adequado. A dinâmica que vivemos é esfuziante e, meu coração de meio século já não aguenta acompanhar. A rudeza por vezes é involuntária.
Mas, algumas coisas precisamos rogar...por um "com licença", um "por favor", um cumprimento educado, uma aproximação civilizada... Mas, de repente, a conversa é repleta de interjeições e gírias...
Linguagem de gueto. Símbolos de excluídos. Linguagem marginalizada da semântica e da verdade dos fatos. Por vezes, sinto-me aquele cachorro rabugento, a reclamar de tudo. A mal dizer os céus, a atear fogos às vestes e à exortar os maus espíritos.
Sei que carrego em demasia nos tons dramáticos. Mas, no mundo cheio de tecnologia da comunicação, as pessoas simplesmente não conversam. Não se olham nos olhos... enfim, estão ilhadas no castelo ladeado por um fosso e sem a ponte levadiça.
Conseguimos duplicar o genoma humano e decifrá-lo... mas não entendemos os próprios descendentes e nem sequer os vizinhos... e, não lemos a história de forma adequada. Tanto que até imploramos pelo retrocesso, pela masmorra e pela chibata. Será sadomasoquismo? Será alienação e ignorância? Ou a reles vocação ao sofrimento e à náusea.
Ou será que a dor é único sentimento mais humano que aqueles pobres corpos conseguem ter?
Muitas questões. Poucas respostas. Vivemos um deserto semântico repleto de interjeições, gírias, enigmas e paradoxos indecifráveis.
Aos que puderem me perdoar, agradeço. Aos que não puderem, também agradeço. Tudo é aprendizagem, tanto o perdão como a rejeição.
É difícil tolerar o idioma estilhaçado, a regência verbal caótica que oscila entre o plural e o singular, entre o pronome determinado e indeterminado. Por excesso de possessivos...Meu rincão, minha tese e minha fé... tanto pertencimento e tão pouco espaço.
O mundo não tem tantas certezas assim, nem as científicas. Tudo carece de constante verificação. E, a cada descoberta, o conhecimento anterior fica proscrito, prescrito, irrisório e pouco adequado. A dinâmica que vivemos é esfuziante e, meu coração de meio século já não aguenta acompanhar. A rudeza por vezes é involuntária.
Mas, algumas coisas precisamos rogar...por um "com licença", um "por favor", um cumprimento educado, uma aproximação civilizada... Mas, de repente, a conversa é repleta de interjeições e gírias...
Linguagem de gueto. Símbolos de excluídos. Linguagem marginalizada da semântica e da verdade dos fatos. Por vezes, sinto-me aquele cachorro rabugento, a reclamar de tudo. A mal dizer os céus, a atear fogos às vestes e à exortar os maus espíritos.
Sei que carrego em demasia nos tons dramáticos. Mas, no mundo cheio de tecnologia da comunicação, as pessoas simplesmente não conversam. Não se olham nos olhos... enfim, estão ilhadas no castelo ladeado por um fosso e sem a ponte levadiça.
Conseguimos duplicar o genoma humano e decifrá-lo... mas não entendemos os próprios descendentes e nem sequer os vizinhos... e, não lemos a história de forma adequada. Tanto que até imploramos pelo retrocesso, pela masmorra e pela chibata. Será sadomasoquismo? Será alienação e ignorância? Ou a reles vocação ao sofrimento e à náusea.
Ou será que a dor é único sentimento mais humano que aqueles pobres corpos conseguem ter?
Muitas questões. Poucas respostas. Vivemos um deserto semântico repleto de interjeições, gírias, enigmas e paradoxos indecifráveis.
Aos que puderem me perdoar, agradeço. Aos que não puderem, também agradeço. Tudo é aprendizagem, tanto o perdão como a rejeição.