Senhor Desconhecido.
Bom dia! Vejo em seu cerro fechado tanta amargura e tristeza. Nem as lágrimas lhe socorrem para aliviar o seu espírito pesado de tanto
sofrimento.
Tento sorrir-lhe em vão. O caminho segue. Os passos prosseguem. E, o futuro nos aguarda laborioso, misterioso e sob a trama enigmática da genética, da história e da psicologia. Não escapamos de um destino amargo e cruel.
Alguns vão para o crime. Outros para a loucura. Ainda outros, para a poesia
ou a arte ou magistério. Minha caneta é minha rendenção. O papel uma verdadeira tábua de salvação contra os mares revoltos de ódios explícitos ou implícitos. Escárnios, ironias e humilhações. A pobreza aguda, a carência efetiva e, tantos desencontros na busca de algum afeto.
Bom dia, caro senhor! O sol lá fora tímido, como sói no inverno, disfarçado entre nuvens brancas acinzentadas, ainda assim reluz um dourado mágico e aquecedor. Depois, alguma chuva fina e discreta vem molhar as plantas,
o chão e as flores, concorrendo com o orvalho e, descontando as lágrimas que não conseguiu verter.
Permita-se chorar... isso ameniza o sofrer.
Há uma interjeição travada na garganta... Seja feliz. Carpe diem. Aproveite o dia. A chuva, a vida, o aprendizado que só dor dá... porque é mestra, porque nos lapida... tira-nos a jaça.
Mas, somos incoerentes e imperfeitos... porque ser perfeito é o que rematado até o fim, é total. E, somos sempre parciais, fragmentários...incompletos e resilientes.
Não temos como fugir de nossa natureza humana. Das culpas umbrais sobre esqueletos insólitos, sobre consciências atávicas e, principalmente, da intuição passageira que nos faz crer que tudo poderia ser diferente.
Poderia ser feliz. Poderia ser eterno. Poderia ser abstrato e concreto. Ter a lua e o sol. As estrelas e as nuvens. As poesias, as rimas, os poemas e, ainda, a prosa poética que teima aparecer sem ser convidada.
Agora passa uma senhora elegante toda vestida de preto, perfumada e num andajar solene e casto. Olha-me nos olhos, com sorriso de Mona Lisa, cumprimenta-me com medeio de cabeça... e eu, que não sou Da Vinci, fico sem graça... E sorrio de nervoso, de volta.
Nunca conseguirei ter tamanha elegância. Arrebatar os olhares e arredores, pois a geografia solar agora desfavorece. O entardecer trouxe os últimos raios de sol que sangram, por menos um dia, por menos uma vida ou muitas. Novas tristezas aparecerão. Novas alegrias também.
Quem dera eu pudesse decifrar tanto paradoxo! Os anagramas que brincam com as letras e semânticas. E, meu cavalheiro misterioso já partiu. A dama elegante também. Mas, deixo esse bilhete para o senhor.
Para que saiba que sinceramente importo-me com sua sorte, com seu pesar e, se eu puder alegrá-lo com um xiste, um sorriso ou uma piada infame, tentarei bravamente. Pois a vida é breve. Os instantes mediúnicos e, tudo que levamos na alma é para sempre.
Bom dia! Vejo em seu cerro fechado tanta amargura e tristeza. Nem as lágrimas lhe socorrem para aliviar o seu espírito pesado de tanto
sofrimento.
Tento sorrir-lhe em vão. O caminho segue. Os passos prosseguem. E, o futuro nos aguarda laborioso, misterioso e sob a trama enigmática da genética, da história e da psicologia. Não escapamos de um destino amargo e cruel.
Alguns vão para o crime. Outros para a loucura. Ainda outros, para a poesia
ou a arte ou magistério. Minha caneta é minha rendenção. O papel uma verdadeira tábua de salvação contra os mares revoltos de ódios explícitos ou implícitos. Escárnios, ironias e humilhações. A pobreza aguda, a carência efetiva e, tantos desencontros na busca de algum afeto.
Bom dia, caro senhor! O sol lá fora tímido, como sói no inverno, disfarçado entre nuvens brancas acinzentadas, ainda assim reluz um dourado mágico e aquecedor. Depois, alguma chuva fina e discreta vem molhar as plantas,
o chão e as flores, concorrendo com o orvalho e, descontando as lágrimas que não conseguiu verter.
Permita-se chorar... isso ameniza o sofrer.
Há uma interjeição travada na garganta... Seja feliz. Carpe diem. Aproveite o dia. A chuva, a vida, o aprendizado que só dor dá... porque é mestra, porque nos lapida... tira-nos a jaça.
Mas, somos incoerentes e imperfeitos... porque ser perfeito é o que rematado até o fim, é total. E, somos sempre parciais, fragmentários...incompletos e resilientes.
Não temos como fugir de nossa natureza humana. Das culpas umbrais sobre esqueletos insólitos, sobre consciências atávicas e, principalmente, da intuição passageira que nos faz crer que tudo poderia ser diferente.
Poderia ser feliz. Poderia ser eterno. Poderia ser abstrato e concreto. Ter a lua e o sol. As estrelas e as nuvens. As poesias, as rimas, os poemas e, ainda, a prosa poética que teima aparecer sem ser convidada.
Agora passa uma senhora elegante toda vestida de preto, perfumada e num andajar solene e casto. Olha-me nos olhos, com sorriso de Mona Lisa, cumprimenta-me com medeio de cabeça... e eu, que não sou Da Vinci, fico sem graça... E sorrio de nervoso, de volta.
Nunca conseguirei ter tamanha elegância. Arrebatar os olhares e arredores, pois a geografia solar agora desfavorece. O entardecer trouxe os últimos raios de sol que sangram, por menos um dia, por menos uma vida ou muitas. Novas tristezas aparecerão. Novas alegrias também.
Quem dera eu pudesse decifrar tanto paradoxo! Os anagramas que brincam com as letras e semânticas. E, meu cavalheiro misterioso já partiu. A dama elegante também. Mas, deixo esse bilhete para o senhor.
Para que saiba que sinceramente importo-me com sua sorte, com seu pesar e, se eu puder alegrá-lo com um xiste, um sorriso ou uma piada infame, tentarei bravamente. Pois a vida é breve. Os instantes mediúnicos e, tudo que levamos na alma é para sempre.