Desencontros de amizades parte 3

Encontro inesperado, carta e pingente

Como disse em palavras anteriores, eu segui a vida tentando passar dia apos dia daquele que poderia ser o começo de uma historia, e para tentar, não vou dizer esquecer pois isso eu nunca fiz, tentei me distrair de outras maneiras com outras pessoas. Não sei porque pois, o que eu queria ou quem eu queria estava ali. Mas eu não tinha certeza do que ela achava, ou sentia por mim...

-Até que...

Estava como sempre trabalhando, e em meu serviço sempre eramos chamados para organizar algo, seja no estoque ou nas prateleiras. Me lembro que estava organizando as prateleiras da loja, por traz delas existia um vão em que usávamos muito como deposito rápido, de dentro deste escutei meu nome. Alguém procurava por mim, era a Bi, veio ao meu encontro como num relance não entendi bem por que, ela parecia um pouco aflita. Me cumprimentou como sempre fazia, bem educada, mas quem disse que eu prestava a atenção nisso, eu só via uma menina linda na minha frente segurando um pedaço de papel em um envelope.

-Isso mesmo caro leitor, uma carta...

lembro como se foce hoje seu rostinho lindo de uma princesa, mais pálido do que o de costume, me entregou a carta, ficou roborizada acredito que de vergonha ou timidez. E me disse...

- Leia quando estiver só...

Se despediu e saiu pela porta, fiquei alguns segundos ainda tentando entender o que houve, eu não tive reação, acredito que por causa da surpresa ou da sua presença, sei que sem duvida nenhuma parei tudo que estava fazendo e me escondi dentro do estoque para ler.

Agora meu leitor, não posso confiar em minhas memorias para replicar o conteúdo da carta pois além de fazer muito tempo, não sei se é a melhor palavra para descrever mas, eu fiquei chocado com suas frases. Não me recordo se o fator principal da Bi me escrever aquela linda carta foi o fato dela estar indo em bora para outra cidade ou o fato de que meu relacionamento estava ficando serio com outra pessoa, mas acredito que seria a primeira hipótese ela estava indo embora.

Mas as suas frases, seu desprender de palavras ecoam, ainda que fora de contexto em meus pensamentos.

- Ela me dizia que gostava de mim e que era verdadeiro seu sentimento que porem não esperaria nada de mim por causa de sua declaração.

Entre outras coisas essa foi o contexto principal e que nunca, quando eu digo nunca e nunca mesmo, esquecerei. Para que você leitor entenda este fato ocorreu a mais de quinze anos, e o fato de escrever esta carta não muda nada o que ainda sentirei por ela, mas eu precisava escrever.

Junto da carta veio um cordão, destes de pescoço, lindo em couro com um pingente escrito o meu nome. Fiquei horas admirando aquela carta e aquele pingente. E tentando analisar a situação, não sabia o quefazer.

- Eu corro atrás dela e não a deixo ir?

- Eu não faço nada e deixo o tempo seguir seu curso?

E acreditem, eu não fiz nada...

As vezes acho que eu devia ter ido, mas eu não podia fazer isso de qualquer jeito. Tinha outras pessoas envolvida.

Sem contar no fator socioeconômico, ai vocês me perguntam o que tem a ver isso. Eu não disse mas eramos de classes sociais diferentes, a sua família, tinha posses status, e eu não podia lhe dar a vida que você realmente merecia. Sei também que tudo isso não deveria ser impedimento para um grande amor, mas não foi o que eu escolhi naquela hora. E venho trazendo isso comigo ate hoje.

Mesmo em dias normais de alegria em meu seio familiar, quantas vezes me peguei pensando em você e como seria diferente ter você ali comigo, passeios e outras coisas, coisas pequenas do cotidiano mesmo.

Vejo que durante todo este tempo que passou meu sentimento nunca morreu, pode ter esfriado ter sido bem guardado em meu coração mas ele esta lá, e de vez em quando volta em meus sonhos.

Acho que o que me levou a ficar assim sem chão e ter este surto para escrever foi uma solicitação de amizade em uma rede social, o que já existia que estava lá quetinho aflorou forte de mais e eu tive que escrever.

Continua...

Parte 4

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