Dedos ciganos
Seus dedos ciganos
Que percorrem e viajam por todo meu corpo
São os mesmos dedos que te dedilham
Que saltitam pelas cordas de sua viola
E são os mesmos dedos
Que me fazem gozar e cair no abismo íntimo do seu ser
Mergulho no teu fundo
Abrimos portais
E o cheiro do teu sexo impregna em meu rosto todo
Nossos sexos se esfregam
Saem faíscas de nós
Nossas almas se enroscam
Nos cobrem de espuma de pedra de mar de chão de nuvem
São corpos que conversam moléculas que se atraem química que flui canção que se ouve reconhecimento mútuo de almas soltas e livres
É uma mesma poesia dividida em dois corpos distintos
Corpos que conversam
Se comunicam entre si e se entende
Entende sem verbo e sem dúvida
Dois corpos distintos
Que se tornam um
Numa simbiose transcendente e evolutiva
Teus fragmentos soltos grudados em minhas entranhas
Tudo que me ha de mais visceral ja não pertence só a mim
Te dou pedaços do meu universo
E te presenteio com estrelas cadentes
Que percorrem céus inteiro
Cheio de desejos a serem cumpridos
Essa voz que engasga é a mesma que se abre em segredo e de hora em outra vez em sempre canta pro mundo o que ele é
Em melodia inventa um novo outro mundo
Onde moras tu
Onde gosto de estar
Nessa sua morada. Que me faz também
Morada.
Gosto de morar em ti, nena