Eu encontrei em teu olhar...

Eu encontrei em teus olhos!

Eu andei um tanto sem contexto lá pelos parágrafos dos sentimentos. Não havia muito sentido para algum SENTIR, eu tornei-me eu diria; Uma imensa geleira. Um poeta sem a inspiração da poesia,

Um nascer do sol, sem a luz do dia.

Eu era uma folha seca, levada pela mais leve das brisas de insegurança. Meus capítulos repetidos, frases sem sentido e coerência. Eu arriscava-me em meio a algum sentir ilusório, perdido entre minhas tantas indagações. Escondido em meus conflitos existenciais, desmoronando em meus medos.

Escondendo-me em minhas cavernas, evitando o mundo, ignorando o mundo. Das poucas vezes em que arrisquei navegar estes mares de possibilidades, naufraguei antes de sair da praia. Eu acreditava na existência de algo maior do que minhas tantas decepções, e confesso que por muitas vezes privei-me de sentir, de querer, de viver algo assim. Em meus parágrafos tão sem sal, acabei por chamar a atenção de um tempero singular, uma primavera entre março e julho… E olha que em meu mundo havia predefinido apenas o inverno. O destino é mesmo um autor imprevisível, mudou completamente o roteiro deste filme. Eu não posso negar, esta nova roupagem é instigante! Estou sempre desejoso em saber o que me aguarda nas “temporadas” seguintes. Em um daqueles inesperados episódios, eu senti toda aquela trama dos capítulos anteriores, irem perdendo força. Dediquei-me interinamente a viver e, “expectar” os acontecimentos seguintes. Eu acordo todos os dias ansioso para viver o que o tempo escreveu para este dia. Em alguma esquina eu verei teu olhar? Eu salvarei teu dia, como você vem me salvando nestes últimos capítulos? É! Salvar. Lembro-me bem dos meus parágrafos, capítulos antes de você. Tão inexpressivos e, repetitivos. Quem sabe tudo o que eu vivi até então, tenha sido uma aula de como valorizar a tua existência nas temporadas seguintes. Seja como for, este meu filme meio sem contexto, começou a tornar-se coerente. A minha embarcação de sonhos abandonada, ganhou um pintura nova, ousei navegar estes mares de impossibilidades mais uma vez, as ondas da insegurança bateram forte de todos os lados, mas desta vez não colidi nos rochedos das decepções. Não! Eu encontrei em teus olhos o farol que me salvou do mar bravio… Neste capítulo que mencionei agora, foi a primeira vez em que você me salvou. Fitei teu olhar por longas frações de segundos. Eu sentia-me um filme fora dos padrões para te abrigar como protagonista, mas você segurou com afinco o papel principal, contracenou cenas de romance que fizeram eu perceber que você seria mesmo o meu tão esperado “Final feliz”.

Eu encontrei em teu olhar o meu paraíso! Logo eu acostumado com as cenas de desertos, agora estou aqui, entre flores, borboletas no estômago, calafrios, nervosismo, vivendo um romance de cinema! Conhecendo a mulher mais incrível que um cara pode merecer.

Eu encontrei em teu olhar, o roteiro que eu mais quis viver neste palco da vida. Eu já vi da plateia, muitos espetáculos românticos como este, mas nem no mais perfeito dos meus sonhos eu imaginei viver tal romance.

E você é mais do que sonhei, mais do que idealizei. É bem mais do que eu merecia…

Mas Eu encontrei em teu olhar o que ninguém mais viu, Eu invadi o camarim do teu sorriso, driblei toda a sua segurança pessoal, poetizei meus intentos, e a Vida adicionou ao teu texto principal, o meu existir.

Neste drama da vida real, após tantos capítulos ruins, cá estamos você e eu, vivenciando maravilhosos episódios de romance e querer.

E que estas Temporadas se estendam por muitas primaveras. E que o mundo se inspire neste livro que estamos começando a escrever juntos, que os olhares não sejam apenas curiosos ao nosso romance, porém que sintam desejo de viver algo igual. Que despertem o amor adormecido, que se inspirem a reconquistar aquela pessoa que já foi muito importante, mas que ficou esquecida em alguma esquina de “Um depois”.

Sempre que o mundo nos olhar, saberá que; EU ENCONTREI EM TEU OLHAR, tudo o que eu sempre sonhei encontrar, neste maravilhoso contexto do AMAR e ser AMADO.

(Hámilson Carf)