Um Momento de Claridade
A história NÃO pode se repetir. Você talvez entenda isso um pouco depois (seria, entretanto, bom você fazê-lo o mais cedo possível).
O tempo é cíclico -- as voltas não param por aí. Voltas e mais voltas na Roda Gigante dos Dias. "O passado", eu digo isso em outros lugares, "é o berço do tempo". O passado não é remoto nem recente; é um cadáver semi-insepulto que nós carregamos com a gente. As histórias para contar amontoam-se nos cantos. A gente tenta lidar com tantos desencontros, reencontros e desencantos. Eu, por exemplo, venho t'escrevendo há quase três décadas! E ainda NÃO nos encontramos totalmente. Parece que sempre algum medo cria fronteiras entre nós. E apenas parte da gente consegue ter algum contato. Acho que isso não irá mudar; estaremos vivenciando essa experiência por muito tempo no futuro. Mas por ora é nossa voz que deve falar -- com pouca ou nenhuma intervenção de nossas influências. (O sono que mantém as massas unidas/em estado uniforme ou livre de muitas diferenças as impede de reconhecer um novo autor: seja ele músico, escritor etc. A esse sono, a essa venda nos olhos das multidões, gostaria de chamar também de "torpor". Claro: que melhor definição poderia haver para tanto?)
(Re)pouso forçado nos braços da situação. Daqui um tempo teorias como a "das Cordas" mostrar-se-ão válidas porque aplicáveis, observáveis. Que duro golpe aos céticos acadêmicos! O Destino -- isso existe?
Sem julgamento: mil olhos para quê? Na ESCURIDÃO em que vivemos nesse mundo/nessa época, acender uma vela apenas dá ideia do quanto há além de nossas expectativas. Um momento -- de claridade. Simbólico. Para que nossa mente possa observar ao menos em parte o que porventura possa estar em nosso caminho. De bom e de mau. Para nossa experiência.