Não se iluda, meu bem
“Adeus”, foi a minha última palavra dirigida a quem tanto me diminuiu. Fui cega durante muito tempo e não adiantou ninguém me avisar. Eu quem tive que enxergar sozinha. Eu me esforçava dia após dia para nos manter juntos enquanto ele só agia como se eu fosse ninguém. Não me ligava, não se importava e nem no meu aniversário me mandava girassóis. Foi um amor doído, mais doído que unha quando quebra na carne, sabe? Porque um amor quando se quebra no coração, sangra muito mais. Peguei o que restava de mim e fui embora. Não quis nem olhar para trás, porque aqui dentro ainda queria voltar. Voltar ao começo, recomeçar e ver o que poderia mudar para ficarmos bem novamente.
Pensei por muitas vezes — erroneamente, admito — que a culpa era inteiramente minha. Acreditava que não tinha dado amor suficiente e comecei a me diminuir, a me diluir para ser amada. Mudei minhas vontades, sonhos, atitudes e nada adiantava. Não tinha amor dele e nem meu, afinal de contas, me diluindo assim não me amava mais. Renunciei coisas que sonhava há tanto tempo e que finalmente aconteceriam. Mas sem o amor dele, tudo para mim era banal. Até que um dia, ele disse que sentia pena de mim. Pena de ver meu esforço em vão. Foi quando vi que o problema estava nele. Ele era raso demais e eu extremamente profunda. Neste dia, que eu decidi ir.
Sofri muito quando comecei a enxergar tudo que perdi e tudo que ganhei enquanto estive com ele. Perdi amor-próprio, alegria, sonhos e amigos e ganhei rancor, tristeza, lágrimas e amargura. Não era justo comigo. Mas uma coisa eu ganhei e na qual eu me orgulho muito: ensinamentos. A partir daquele dia, eu jurei para mim mesma que não ia me diluir por mais ninguém. Ia ser eu mesma, gostem ou não. Que me amariam do jeito que eu fosse e não deixaria ninguém tomar conta de mim. Se ele sentia pena, hoje eu quem sinto por ele ser tão raso e não aproveitar as profundidades da vida.
Por isso meu bem, não se diminua para caber no mundo de ninguém. Amor é adaptar os dois mundos para formarem um Universo íntimo e paralelo. Quando você se sentir desconfortável ali, não pense duas vezes e vá embora! Você não vai encontrar conforto ali, assim como você não se se sente confortável naquela calça jeans dois números a menos. Nunca é tarde para você recomeçar e se reconstruir. Se até parede se reforma quando quebra, reforme seu amor-próprio também. Assim como eu fiz.
Hoje me sinto ocupada o suficiente para esquecer o que ele me fez e a cada dia aprendo algo incrível comigo mesma. Aprendi que aqui dentro eu tenho muito a admirar e assim, como todos nós temos. Acredito que nosso verdadeiro e sincero amor, vive dentro de cada um, é só você descobrir. E uma coisa é certa: não se dilua em amores rasos. E nem em amor nenhum