Olhos...

Olhos de amor... que enchergam o que vai dentro, que se fecham frente a injustiça, que acompanham serenos o passar do tempo...

Olhos de indiferença... que mesmo ao lado não vislumbram o outro, que há muito já perderam o brilho, que lançam-se sem medida ao vento...

Olhos de dor... que muitas vezes vêem mais sofrimento do q aquele que sentem, que cujas lágrimas ferem a si mesmos, que demonstram feridas cujo cicatrizar é lento...

Olhos de incorformismo... que têm certeza que podem ver um mundo mais colorido... que se encontram no espelho d'água do universo com um futuro menos poluído, que fazem-se luz ao não permitirem que as trevas consigam seu intento...

Olhos de paz... que têm a certeza de poderem redimir o assassino, que trazem em si todo o branco de dias de calmaria, que embora neles por vezes se perceba a revolta, sabem q não os turvará nenhum sofrimento.

Olhos de amizade, de cumplicidade, de paixão...

Olhos que vêem muito além de qualquer prisão...

Olhos de sinceridade, de alegria, de esperança...

Olhos que contemplam com a pureza da criança...

Nestes olhos um dia comtemplei à mim...

Onde me perdi de ti?

Teria sido quando em outros olhos tu te encontraste?

Teria sido quando percebi que os olhos teus jamais me contemplaram em essência?

Teria sido no dia em que meu orgulho te disse não?

Teria sido quando dos teus olhos se afastou o amor, disse adeus a paixão?

Teria sido no cruel dia do fim? Ou no fim de um cruel dia?

Olhos... de ternuras mil... de entregas sem fim... de esperança que não se mede..

Meus olhos que procuraram os teus em mim... que sabem que jamais ouvirão de teus lábios um sim, mas que não se cansam de te implorar retorno...

Teus olhos que jamais quiseram me ver enfim... que trazem a certeza de que não voltarão, embora a amizade exista, há muito já morreu a paixão...

Olhos alheios.. há tantos por aí... verdes, azuis, castanhos, negros, todos chamando por mim, em um deles sei que irei me encontrar... em um deles construirei meu lar...