Desabafo
Uma pergunta que não quer calar.
O que foi a greve dos caminhoneiros afinal?
Uma greve por causa de R$0,4? pela redução no litro do diesel?
O que quiseram provar, o medo da fome?
Tem muito mais coisa por trás, tem algo de podre no ar, mas o que?
Demonstrou força de uma categoria, certo e daí?
A impressão que dá é que foi um teste, mas por quem, por quê e para que?
Demonstrou o que uma greve dos caminhoneiros pode causar ao país.
Um movimento aparentemente sem líderes, mas foi articulado por alguém. Quem ou quantos? Se foi um experimento, qual a finalidade? O recado foi para quem mesmo, para a população se preparar para o pior, ou para o governo?
Outra questão foi a falta de consciência dos brasileiros que se comportaram como gado indo ao matadouro, enfrentando filas intermináveis, corrida aos supermercados e comprando de forma desordenada, temendo uma situação semelhante a Venezuela. Não seremos uma. Contudo, constatou-se o quanto estamos despreparados para enfrentar qualquer catástrofe.
Beleza, os caminhoneiros protestaram, mas nós, os consumidores de gasolina e álcool, corremos para os postos numa clara demonstração de impotência e subserviência.
Quando aprenderemos a deixar um produto, seja o que for, nas prateleiras quando o preço for exorbitante, ou não abastecer porque a gasolina sobe e o brasileiro não protesta, usando o transporte público, indo de ônibus, metrô, ou dividir o carro com algumas pessoas?
Pior, falamos tanto em corrupção, mas o comportamento dos comerciantes em vários setores ao majorarem seus preços foi imoral.
A desonestidade está no DNA do brasileiro. Só mostrou que se houver oportunidade, rouba-se de forma vergonhosa e imoral.
Nos comportamos como gado, não como ovelhas. Ovelhas se unem, gado espalha-se, um verdadeiro estouro de boiada.
Vimos de forma efetiva a fragilidade do governo Temer, sua impopularidade e incapacidade em cumprir o que prometeu ao assumir o lugar da já decadente de Dilma.
Chama-nos a atenção para a próxima eleição. Corruptos e corruptores deveriam ser banidos do pleito eleitoral. Em quem votar, eis a questão.
Andam pedindo a intervenção militar, mas para que isto possa acontecer é preciso investimento, planejamento e uma liderança forte das Forças Armadas para tal, e não algo feito a toque de caixa. Deveríamos ler mais a história recente do país.
Enfim, como dizia a minha avó, " o umbigo do primeiro brasileiro não foi jogado ao mar, ou enterrado, mas comido por um rato".
Não acredito nos governantes deste país, acredito em mim. e só me aquece a perspectiva de deixá-lo.