Vivamos

Os eventos dos últimos dias especialmente o de hoje me fizeram rememorar o quanto a gente não tem noção da volatilidade que existe em nossas vidas. Do quanto tudo pode mudar da noite pro dia, de que podem acontecer maravilhas e tragédias em um passar de segundos, talvez até menos que segundos.

Nós estamos sempre presos em nossas efemeridades, sempre sufocados com nossos pequenos mundos de ego, nossas limitações, nossas inutilidades e paradigmas inúteis, irrelevantes, insignificantes, apenas dificultando aquilo que deveria ser o melhor possível: a nossa vida.

A nossa expectativa de vida, a nossa vontade de esgotar todas as possibilidades de extrair tudo o que for possível deste mundo. De rir, chorar, aproveitar e viver cada dia como se fosse o último, cada história como se fosse a última, cada pessoa como se fosse a última.

Aproveitar da vida tudo aquilo que ela nos oferece, sem deixar de respeitá-la em todas as suas vertentes possíveis, sem deixar de ouvir os seus alertas e os alertas do nosso coração. Sem deixar de compreender que tudo vem, tudo vai, tudo passa, e tudo fica, tudo continua sempre vigorando nesse ciclo que se repete e repete e repete sem nunca acabar.

Arranquemos as amarras do nosso coração, não nos deixemos sufocar pelos sentimentos vis, não nos deixemos limitar pelas barreiras humanas ou sociais ou sejam elas quais forem. Cada história é unica e cada vida é única, não dá pra repetir. Tem que experimentar, seja o que for, o que puder, para que não hajam angústias ou arrependimentos no coração. Para que não hajam "e se"s para que não hajam lacunas na trajetória já tão delicada da vida.

As dores virão e como virão, as alegrias e virão e como virão, as histórias virão, acontecerão, se multiplicarão, complexificarão e tudo continuará exatamente da forma que ficaria se as coisas fossem feitas de forma diferente, mudando apenas aquilo que estava pré preparado dentro de nós, mudando apenas quem nós somos e o caminho que almejamos seguir e quanto menos fieis ao verdadeiro caminho que desejamos seguir formos, menos satisfatórios acabarão sendo os sofrimentos e batalhas que serão travadas no decorrer de fazer isso acontecer.

E uma hora tudo acaba, sem mais nem menos, sem avisar, as pessoas vão embora, nós vamos embora, tudo se esvai, vira areia, pó, poeira fim. E aí, não há mais mesmo o que fazer.

Vivamos.