Quem sabe...
E quem sabe eu consiga disfarçar a dor que agora sinto...
Quem sabe eu me vista de sorrisos, mesmo com a alma manchada de decepção.
Quem sabe eu visite os mesmos lugares de outrora, sem sentir o vazio repentino que agora me assola à alma.
Quem sabe eu apague teu numero da minha agenda, talvez eu até queime todas as tuas coisas que ainda estão comigo, mas... Quem apagará do meu celeiro de recordações os momentos incríveis que vivemos juntos?
É, quem sabe eu sintonize o velho rádio no criado mudo do meu quarto, e quando aquela nossa canção tocar, eu não seja tocado por meu coração, a viver as intensas emoções que jaz perdidas.
Quem sabe em um suspiro nessas minhas longas caminhadas pelas ruas da cidade, eu não seja surpreendido pelo cheiro do teu perfume, que tantas vezes aromatizou minha pele, depois daquele doce abraço.
Na Orla dos meus sentimentos, ficou difícil sentar e observar o sol nascer, pois, é a brisa suave da tua presença que, sopra em meu rosto lembrando-me de que você não esta mais aqui. Quem sabe, hoje eu durma sem sonhar pesadelos, sim! sonhar pesadelos, que me fazem acordam em prantos, com aquele maldito nó na garganta, que faz qualquer ambiente imenso, sufocar e se tornar pequeno.
Quem sabe minha voz silencie para sempre, o que o meu coração corriqueiramente insiste em lembrar, me alimento de coisas que não podem ser, exaltando uma solidão que, sei lá!! Frívola, eu diria! Me tornei andarilho de meus próprios sentimentos, e confesso que, jamais imaginei que um dia eu ficaria tão deserto...
Quem sabe um dia, a vida habite-me, o amor more em mim, não como uma empresa que se instala em determinado lugar, em busca de minérios, e quando já o tem quase esgotado, retira-se, deixando para traz um impacto fulminante, do que outrora fora Vida.
Quem sabe um dia eu seja escritor, e coloque nas paginas da vida de outros, as experiências de tudo o que a vida me causou... Não para que temam vive-la, mas para que vivam cientes das lutas que lhes sobre viram.
Quem sabe em breve eu seque dos olhos todas as lágrimas, e essa represa de prantos, rompa-se, e ela mesma em sua fúria, devaste da minh'alma, todos os espinhos semeados pela saudade que você deixou...
Quem sabe a noite dê lugar ao dia, e novamente eu veja meu reflexo no espelho da alegria, sorrindo, por haver superado meus próprios medos, por ter mantido vivo o amor em mim. Afinal, quando tudo isso passar, eu serei capaz de entender mais uma vez, que o amor não machuca, não fere, não engana, não se interessa por riquezas, ele apenas aprecia a alma de quem transparece a vontade de tê-lo para sempre, como eu o quis quando conheci você!!
Por: Hámilson Carf