As três fases da vida

Inúmeras vezes ouvi a frase “como o tempo voa”, não ligava para isso, porque para mim era sempre a mesma coisa, o tempo era lento, custoso. Mas hoje defino a vida em três fases, e realmente, o tempo voa.

A primeira fase se dá quando criança, quando você está cercado por pessoas que te ama, que estão ali para te proteger de todos os males, é aquela fase em que problemas não existem, é a fase em que você aprende as primeiras palavras, cresce os dentinhos, queima o dedo, cai, chora, ri, sai engatinhando por toda a casa, comi terra, morde o irmão, tudo isso acontece sem medo, pois a coragem está sempre presente, a inocência, a felicidade, tudo tem de sobra, até que...

ANOS PASSAM...

A segunda fase é a mais marcante de todas, é aquela oposta à primeira. Já existem problemas, falamos inúmeras coisas, estamos cercados de perigos, temos medo de seguir em frente, a felicidade se resume em outrem .... “a maldade do mundo já nos parece normal”. A segunda fase é aquela em que amar dói, é aquela que refletimos o viver, o futuro, o que queremos ser, aaaaaaaah, a segunda fase sempre te levará à primeira, sobretudo quando aquele problema apertar e não termos mais quem resolva por nós. É aquela fase em que encontramos o primeiro amor de nossas vidas, até que vem a primeira decepção, ou não. Fase essa em que nos prendemos no quarto para afogar uma dor, a fase em que estudar é chato, brigamos com os amigos, até que...

ANOS PASSAM...

A terceira fase, aquela que resume as duas outras, é aquela que queremos ser criança, rimos das atrocidades, das besteiras, momento de dores pelo corpo, é a fase em que queremos descansar, pois a caminhada de uma fase para outra levou tempo e energias, erros e acertos. É aquela fase em que a falta, nos falta. Pessoas que passaram por nossas vidas já não fazem mais parte dela, é também aquela fase em que deixamos de aprender para ensinar, é aquela fase de rememorar, é a fase que representa o nosso trajeto, fase sem reticências, com alguns pontos de interrogação, exclamação, é a fase em que as aspas não são mais usadas, pois já criamos as nossas próprias, que em si já ensinam a viver. É aquela fase de poucos travessões, e, por fim, aquela fase que te exige, nesse lindo trajeto, um ponto final.