Aurora minha

_______________________________________________(15/05/2018)

Nascida de uma erupção, formou-se esta terra ínfima que sou em uma imensidão aquática. Expelida em líquido vermelho e denso, fez-se devastação em minha chegada, solidificando-me tempos após ao caos. Totalmente desconhecida, resultando sequela à exploração. Ganhei localização no mapa, nome para distinguir-me e decisão para quais fins serviria. Assim, deu-se a colonização da ilha Clara Nuvens.

Areias brancas em meu litoral. Leves elevações em minha estrutura. Terra fértil no meu interior. Ainda, livre de pragas, completamente sem vida, um corpo, aparentemente, sem vida própria, porém, abençoada para receber as de fora. Então, introduziram-me as primeiras culturas. Garimpo, agricultura, pecuária, mineração... A ideia era aproveitarem tudo que eu pudesse comportar e ceder, sempre cautelosos com os manifestares de desastres naturais que viesse apresentar e pudessem combater ou isolar.

Anos passaram-se, e estava próspera e útil como deveria ser. Não recebia mais extremos do vulcão que originou-me. Havia crescido, de forma natural, o máximo que pude. Definida como ótimo terreno. E logo, como qualquer outra existência que muito se tira e pouco se repõe e preserva, resultou no retrucar de áreas isoladas do meu ser em manter-se emergida, sem haver maneira de contestarem os motins orgânicos.

Nesta batalha inerente, surgiram marcas que jamais desaparecerão. Já havia extinção de recursos preciosos e não autorrenováveis. Sobrando ruínas do muito que fizeram, agora, preservadas como patrimônio histórico-cultural. E poucos nativos restaram para instaurar sua originária forma de pensar e usufruir do que sobrara, com tentativas de construírem as expressões autoctonias. Atualmente, sofrendo no guerrear para conservar o ideal do gênero ilha em frente ao ideológico dos arquipélagos.

Atenciosamente, Clara Nuvens.

Clara Nuvens
Enviado por Clara Nuvens em 15/05/2018
Reeditado em 15/05/2018
Código do texto: T6337361
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