Turbilhões
Às vezes quero espaço para gritar. Preciso de alguma forma ser eu mesma e não me deixar abater pelas desventuras. Mas o que sou? Todas as vezes que grito, calo. Não sei se há espaço para isso aqui.
Estamos submersos. Afogando em nossas próprias rotinas chatas e banais. Não somos muito mais que um amontoado de coisas fúteis e que não preenchem. Somos mais números e pouca sorte.
Todos os dias somos um pouco menos. Somos um pouco mais do descartável e fútil. Onde estão os grandes laços? Quem ainda se preocupa com eles? Quem de nós ainda é reticências?
É provável que o meu trabalho pouco acrescente. E ainda mais certo que não saiba se está sendo feito corretamente. Eu não quero acenos e abraços. Eu quero espaço. Quero um preenchimento razoável de todo espaço bobo que me atormenta.
Será que todos somos esse todo que não diz nada? E nossa realidade preenche todas as redes com felicidades forjadas?! Quem somos nós no turbilhão? Quem somos nós todos os dias? Quem nós podemos ser?