Agentes transformadores de relevo
Semelhante um remixar, minha vida tornou-se. O antigo ritmo modificou-se, alterando a harmonia de toda a estrutura, e, como na original, não agradou a todos. A letra e a mensagem continuam a mesma, porém, a forma como passara a ser transmitida fora alterada, onde uma sílaba ou outra se repetem dentro da mesma palavra, ou há um retorno de verso onde não existia. A musicalidade está voltada mais a um público revolto, é o que dizem, mas não percebem que ainda existe a maneira antiga de se ouvir, ela apenas não toca frequentemente. E aos que fizeram uma cópia, lamentam as passagens de tempo e suas alterações nas gerações, porque, simplesmente, amam o passado e não vêm que o novo sempre vem.
Dentro de meu ser, surgiram maquinarias e estruturas que antes não existiam. Tive que escolher, com cautela, o que era importante levar ou o que eu simplesmente gostaria de manter. Demolir ou transfigurar em uma nova forma uma estrutura, a tanto tempo considerada útil, não são decisões fáceis, principalmente, se posteriormente fora percebida como necessária para as novas metas. Entretanto, como meu interno não é capturado, pouco importa aos externos, a eles, só interessa visitar a ilha e está agradável.
As mudanças continuarão a vir, contudo, o que mais incomoda aos demais é sua propriedade artificial, onde podem ser paradas com decisões e não posso utilizar a desculpa de que não fora proposital e não pudera fazer nada, pois, seriam leis da natureza.
Atenciosamente, Clara Nuvens.