Uma carta sobre Mansour Chalitta
UMA CARTA SOBRE MANSOUR CHALITTA
Miguel Carqueija
Esta carta foi enviada para o jornal “O Globo” e redigida em 1° de agosto de 1991.
Quero dar meus parabéns a Mansour Chalitta por seu magnífico artigo “Pena capital: sim ou não?” (O Globo, 30/7) no qual mostra com grande lucidez: “Que diferença moral existe entre matar para denfender-nos de um exército estrangeiro e matar para defender-nos desse exército de criminosos, acampados em todas as esquinas?”
Só a permissividade reinante — estranha mentalidade de inversão de valores — explica tanto empenho em preservar a vida até de monstros que estupram e trucidam criancinhas. É contra a lei de Deus emprestar valor absoluto à vida humana no sentido de considerá-la intocável por mais vil que tenha se tornado. Quando isso acontece a inocência é que acaba sendo perseguida: os países que suprimem a pena de morte para os mais bárbaros criminosos são muitas vezes os mesmos que legalizam o assassinato do bebê de ventre (feticídio), isto é, a pena de morte para inocentes.