Eis mais uma das muitas cartas que vagam a esmo por aí,e sem grandes pretensões, vai neste mar de bites & bytes levar uma escrita fugidia e sem muita harmonia.

Estranho jogar as palavras assim sem nenhum roteiro ou esquema, mas tão ou mais estranho é impedi-las de fluirem e poupar um destinatário,mesmo no confins da Terra, de lê-la e algo ali sentir.

Tão sentidas se fazem as ausências e neste mundo de tantas carências, onde foi parar a compreensão? Dores, desatinos, perjúrios e ingratidão, um redemoinho avassalador que não poupa ninguém,quem dirá uma letra ao léu, desgarrada  levada ao vento sem direção.

Há um sentido em tudo, mesmo por mais maluco e desajustado que possa parecer, tudo tem uma razão de ser. Sei de uma narrativa tão fantasiosa, mas tão exdrúxula que usando a razão e tentando ser lógico e factual, cairia no limbo das mais insanas possessões do ser, e vejo, que além do que muito se vislumbra há um ponto fora da curva, algo alienado do próprio sentido de existir, mas coexiste em confluência com pensamentos ilógicos e imaterias, fruto de algo que transpassa a linha da virtualidade, mas se faz presente com a fria realidade.

No giro do tempo, como naquele caleidoscópio que somatiza cores e nuances sem fim, nos compomos de temas e teias, para no próximo olhar e num giro rápido desestruturar.Treinar o olhar no aparelho é fácil, difícil é reverter este olhar pra si, num espelho convexo que constrói e descontrói a imagem já internalizada. A alma atua e muda, tudo no movimento dos espelhos e cores, ganha novo aspecto e novo tom, ser itinerante no processo é sua premissa; a instabilidade do giro não configura fraqueza, senão sinal de grandeza na variação de sentidos diante de tudo.

Ficam tantos pontos de interrogação e quem sabe estes um dia se tornarão a exclamação do ser diante de tudo que se vê e não se entende, finalizando o processo, onde houve pedras, montanhas, espinhos e descidas íngremes, mas tudo girando no eixo do exequível  por mais improvável que pareça a nossa tola imaginação.

Nem sempre somos mar, nem sempre somos terra, há dias de brisa e há dias de tempestade; somos o positivo e o negativo que aglutina a reação elétrica e possibilita o "flash" no tempo. Viver é um eterno choque entre o ir o vir, o ser o  ter, até chegarmos na sentença final, o morrer.

Viver a vida é isto? Viver assim se perguntando se isto ou aquilo?

Creio que no arcabouço da mente esteja a mais simples explicação para tudo e para todos os males e desvios do ser, mas algo tão singelo e frágil, não pecebemos e saímos feito loucos a atropelar o tal "destino" (será que existe? duvido) ,e todos os acasos que disparam em nosso caminho. A resposta para tudo sempre esteve lá, no íntímo de cada um, sem retoques ou disfarces, mas evitamos sequer lançar um breve olhar. Perdemos tempo! Perdemos vida!

Somos peregrinos, estamos todos em constante busca por um ninho, tal como as aves desenham no céu uma arabesco, enquanto migram em bando ou sozinhas.

Eis uma carta sem muito sentido, eis uma carta com filosóficos motivos, eis uma carta sem destino.

Talvez alguém se proponha a ler e quem sabe esta " mensagem na garrafa" alcance o ponto X da questão ou não....quem sabe!


 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 18/04/2018
Reeditado em 15/05/2018
Código do texto: T6311950
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