Primeiro, Graças e Louvores, Depois as Petições


Perfeito! Foi o Pai Nosso uma das maiores instruções deixadas pelo Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim descrevem na Bíblia, em seus Evangelhos, Mateus (6, 9-14) e Lucas (11, 1-4).

Um olhar atento, porém, observará que Jesus foi instado por um dos discípulos a lecionar aquela oração.

Noutras palavras, a prece partiu da necessidade de pedir. Os seguidores de Jesus Cristo queriam pedir, e pediram para Jesus lhes ensinar a pedir a Deus. Desculpem o excesso mas, há ares de que foi assim que ocorreu.

E Jesus ensinou-os cinco pedidos: “Venha o teu reino”. E a esse primeiro, seguem os demais; “seja feita a tua vontade”; “o pão nosso de cada dia nos dá hoje”; “perdoa os nossos pecados” e, por fim, “não nos deixeis entrar em tentação, mas livra-nos do mal”.

Depois do Pai Nosso, as necessidades se alastraram. Passou-se a rogar também aos Anjos, Santos e chegamos a importunar até à Virgem Santíssima, para interceder junto de seu Filho, na comunhão de todos os santos. Mas, tudo bem, foi Ela mesmo quem aceitou ser mediadora enquanto Mãe de Cristo, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve inabalável junto à cruz (Constituição Dogmática - Lumen Gentium, 60, 62 e 69).

Vieram os atos, dentre as principais orações dos cristãos. Rogatórias que a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, deu, e dá aos seus seguidores. Nada de errado há em pedir e ter fé na Graça.

Agradece-se também, é verdade, mas quase sempre depois de se ter o pedido acolhido. Não deslembremos: a gratidão, a compaixão e a misericórdia, devem preceder às súplicas.

Então, raciocinem comigo, se Jesus ensinou os discípulos a fazer pedidos ao Pai, o que Ele em sua infinita bondade deve ter pensado naquela hora? eu imagino Jesus pensando: “Eu sei que vocês deviam agradecer, mas ao invés disso querem pedir ainda mais ao Pai. Mas eu os amo, e com alegria eu os ensino o modo de suplicar ao meu Pai”.

Agora, faça uma reflexão e medite no seguinte: pedir a Deus faz parte da fé em Cristo, seu filho. É bênção derramada. Virtude do Espírito Santo. Essa certeza é admirável, mas, não percamos nosso tesouro interpretativo das coisas de Deus. Portanto, não nos confundamos: agradecer deve vir em primeiro plano.

Inspirado nisso, cuide em iniciar o dia agradecendo com o Sinal da Cruz, declarando o Credo, dando Glória ao Pai, seguindo-se com o Ato de Fé e o Ato de Caridade, orações que professam a confiança na Trindade Santa, sem pleitos.

Só depois, assim parece mais adequado, deve o cristão rezar as orações recheadas de pedidos: o Pai Nosso; a Ave-Maria; a Salve-Rainha; o Ó Meu Jesus; o Santo Anjo; o Ato de Esperança; o Ato de Contrição e o Ato de Confiança.

Faça diferente. Inicie suas orações diárias com a bênção, em atitude de adoração, manifeste graças e louvores e somente depois peticione ou peça intercessão.

Discordar é possível, mas pense com atenção redobrada sobre essa reflexão. Primeiro, graças e louvores, depois as petições.

Boa Páscoa!
MARCELO RUSSELL
Enviado por MARCELO RUSSELL em 27/03/2018
Reeditado em 27/06/2018
Código do texto: T6292025
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