Carta ao Amado - Tomo I
Meu amado,
Quantas saudades tenho de ti.
Do meu querido tenente que com sua voz alegre já me arrancava sorrisos sem grandes esforços. Da sua presença, que por si só, me fazia segura em qualquer lugar do mundo. Bastava um olhar e eu sabia que vc estava ali, e que nada poderia me acontecer ao seu lado.
Sinto saudades de quando saíamos para comer fora e você tinha de pedir um suco enquanto eu tomava um chopinho porque você entraria em serviço em seguida. Saudades de falar com alguém inteligente e que compreendia o que eu dizia, que me contava do ultimo livro, que fazia apreciações a respeito do mundo e depois simplesmente sorria e beijava a minha mão.
Saudades da suas histórias de militar. As vezes fico revendo aquele seu vídeo em que você está num treinamento e tem de atirar em vários alvos e não erra nenhum. Coisas bobas, coisas simples, coisas de você.
De tudo isso só me resta um pesar, de nunca ter lhe dito que o amava.
É certo, penso eu, que você via isso em meu olhar, na minha confiança ilimitada em você.
Mas o que teria sido se eu tivesse falado?
Isso nós nunca vamos saber...