Cartas para Ana (sobre a descoberta do amor)
Ana Larissa,
eu já não tenho necessidade de dar definições ao amor porque por mais que eu as busque as únicas palavras que encontro são as que compõem o teu nome.
Acredito então que encontrei, definitivamente, a resposta para as minhas angústias a respeito do que é o amor. Não vejo razões para continuar buscando-as se é você quem satisfaz as minhas dúvidas.
Eu te amo porque te amo, dizia o poeta. Eis que a razão para te amar é o próprio amor. Esse mesmo amor que até pouco tempo me tirava o sono em busca de palavras que compusessem estrofes e que dessem sonoridade aos meus poemas. Hoje você é o meu poema preferido. É o verso perfeito com métrica e rima. E eu nem preciso me preocupar com regras literárias, pois você, como poema, veio escrita na forma perfeita. Resta-me apenas recitá-la e sentir a poesia que os teus versos me proporcionam. E eu a sinto. Incrivelmente eu posso sentir a tua poesia em mim. Quando os teus lábios tocam os meus e eu não consigo descrever a sensação, eis a poesia. Esta mesma poesia está presente no toque dos teus dedos pelo meu corpo, os arrepios em minha pele são a prova de que os ouvidos do meu coração compreenderam todo o lirismo do teu toque. E isso só pode ser amor.
Como amante das letras, eu busco retribuir esse mesmo amor, além de gestos e toques, com palavras.
Eu te amo porque te amo, saiba. E, por ora, isto nos basta.