“Metamorfose”

Sim, ela tem existido em dias tumultuados, que exigiram e continuam exigindo muito dela. Dias abstrusos, baralhados, nos quais as três estações acontecem – ao mesmo tempo. Ela tem se equilibrado entre decisões, medos, alegrias e nostalgias – tudo intenso, pois ela é assim. Esses dias tem misturado sua cor, mas dentro dela a transformação é constante – tem ocorrido em demasia. A coragem, sempre foi sua bussola, a alegria de viver sempre foi sua marca, o sorriso nos lábios é de dentro para fora – ela evidencia o que é. Sim, nessas últimas semanas ela está um pouco reclusa, tem estado em um momento de abrigo particular, assimilando a metamorfose que está acontecendo dentro dela. Ela está expandido, livrando-se de crenças, traumas e do passado. Ela está se despedindo do que a habitava – que não a pertencia. Ela é mar, e não pode existir em um lago restrito. Este momento é necessário, é preciso vive-lo – dia após dia, – medo após medo, – o abandono do comum. Ela é imensidão, e esta enlaçando o infinito, e acreditando nas incertezas. Nunca buscou garantias, presenças, ou qualquer outra coisa que venha de fora. A coragem que sempre existiu, ganha uma nova forma, sua cor está com um novo brilho, a gravidade está sendo impulsionadora. Ela nunca se sentiu desta forma – tão inteira novamente, e com uma maturidade amena – que somente o tempo cita. O vento sopra cada vez mais agudo, ela já consegue sentir seus pés saindo do chão.

Fabiola Teleken
Enviado por Fabiola Teleken em 18/02/2018
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