Carta de uma senhora de 83 anos a uma amiga

Querida Bertha,

Cada vez leio mais e tiro menos o pó. Passo o tempo no pátio desfrutando a vista, sem me preocupar com o mato que cresce no jardim. Passo mais tempo com minha família e amigos e trabalho menos.

Se possível, devemos aproveitar a vida e não apenas suportá-la. Agora tento perceber isso e começo a valorizá-la.

Já não me privo das coisas. Uso minhas xícaras de porcelana em ocasiões especiais, seja pelo meio quilo perdido, a limpeza do banheiro ou a primeira floração de um lírio.

Coloco a roupa mais bonita quando vou ao mercado. Penso que, se me vejo bem sucedida, será más fácil gastar dinheiro.

Não espero uma ocasião importante para usar meu perfume favorito. Uso até para ir ao banco ou ao hospital.

Já não uso a frase “algum dia” ou “qualquer dia desses”. Se uma coisa vale a pena ser vista, ouvida ou feita, quero ver, ouvir e fazer agora mesmo.

E me dói muito terem sido poucas as vezes que disse ao meu marido e aos meus pais o quanto os amava.

Tento não poupar e não protelar o que poderia somar riso e felicidade a minha vida.

E todas as manhãs, quando abro os olhos, digo que este dia será especial. Cada dia, cada minuto, cada suspiro de verdade são um presente.

Talvez a vida não tenha sido o jogo que gostaríamos de jogar. Mas enquanto estivermos aqui, poderemos dançar."

Encontrei essa maravilha numa edição do Incrível.club

Coisas de Regina

Desconhecida
Enviado por xodózinha em 17/02/2018
Reeditado em 17/02/2018
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