CARTA PARA BRUNA A FILHA QUE NÃO CONHECI 1
PORTO ALEGRE 7 DE AGOSTO DE 2000.
Querida Bruna. Assim que iria ser o seu nome se chegasse a nascer. Mas por complicações na gestação você não pode vir a ser a nossa alegria de viver.
Sofri muito e ainda sofremos com a sua ausência.
Saibas que não te esquecemos um só minuto. Ela talvez sofra bem mais do
que eu por não ter podido de ter. Fizemos planos para você, você fazia parte da nossa vida antes mesmo de vir ao mundo. Muitos anos se passaram, quase dez anos. Você tem agora dois irmãos. A Carol e o Rafael. Os dois são demais.
Nós amamos a eles do mesmo jeito que te amaríamos, que os anjos te cuidem, ou melhor, que você nos cuide ai de cima, perto de DEUS. Você deve estar junto aos seus avós e parentes que estão tomando conta de você, até o dia em que nós vamos lhe conhecer. Você já nos conhece com certeza.Às vezes quando estou brincando com eles, penso em você. Então eu abraço e beijo os dois tantas vezes que até chego a ficar um pai chato. Tenho medo de mima-los demais, alias, já estão impossíveis os dois.
Depois que perdemos você a nossa vida ficou vazia e sem sentido. Foi uma barra a gente viver juntos.
Até que nasceu o Rafael. Então a alegria reinou novamente nas nossas vidas. Anos depois nasceu a Caroline, quis colocar o seu nome nela ,mas você já tinha vida própria, já era independente. Já era a nossa primeira filha.
Queria que você estivesse enterrada em algum lugar para eu pudesse lhe levar flores, mas isto não importa. Sei onde esta agora. Meu Anjo.
Um beijo do teu papaizinho que te ama e chora escondido, para que outras pessoas não sofram como eu estou sofrendo.
Até amanhã. Espero que recebas esta carta no céu, ou a essência dela.