A Busca
Eu te busquei, através de meus pensamentos, pelo espaço, pelo tempo. A tua face adornava a aurora vespertina, teu sorriso acalentava-me nas noites frias. Teu rosto, nunca acariciado pelas minhas mãos, teu olhar, nunca cruzado com o meu, embalava o pesar de meu coração.
Na busca, perdi-me, perdi a esperança, perdi a fé, a ternura e a candura que guardava para depositar aos teus pés. Cobri-me com pesada armadura e com um manto negro, meus pés, sem sossego, continuavam a me levar cada vez mais distantes do desejo de meu amar. Ao te encontrar eu já não estava lá, a magoa e a tristeza já haviam tomado o seu lugar, as mentiras e as decepções tinham lapidado para a minha alma um novo lar.
Eis que chegou a meia noite e diante do cemitério dos sentimentos, encontro o aposento para depositar meu coração, uma lapide com o meu nome, mas lá também havia um outro nome, o nome teu, que de longe trouxe-te com muita dor e sofrimento para um lugar comum para o nosso ultimo alento.
Sentados sobre a lapide de nossos sonhos e sentimentos, restou-nos o apego aos nossos mantos negros, ou uma nova viagem de volta em busca de um novo lar para o nosso amar.